Luzidade — Luz com saudade.
Preparação do palco, aflição se está tudo no lugar, ansiedade de ouvir as pessoas chegando. Uma espiada na fila da bilheteria. Será que está cheio? Fotos no making off. Retoque na maquiagem, figurino pronto.
Correr lá para fora, esperar a cortina abrir e o show começar.
Som. Luzes. Burburinho. E a magia começa.
Energia. Adrenalina. Muita cor e animação.
Fotografar palco é como mergulhar num mar de água morna do Nordeste brasileiro. Ondas que vem e vão com picos de emoção. Horas mais fortes: a melhor música da banda, a cena mais esperada da peça. Horas mais marolas, uma nova canção ainda desconhecida, ou a troca de cenário. Com um olho nos artistas e outro na reação da plateia, flutuamos nas ondas de alegria. Tendo, muitas vezes, que pegar jacaré, sair correndo do palco para a coxia para não atrapalhar o espetáculo.
Ah, que saudade! Casa cheia, risadas, correria. A vida agitada que eu tinha.
Ah, que saudade! Muito trabalho, passar as fotos ao vivo, será que peguei aquele momento que deveria?
Palco é vida, é emoção, intensidade. É trabalho, é responsabilidade e diversão.
Como naquela água morna, um mergulho nele lava a alma, renova, traz vida.
Sentindo sua falta sigo, como mais uma das muitas saudades pré pandemia.